Crônicas da Latinoware 2009 - Parte 3

Depois de acertado que a BrodTec trabalharia na organização do programa da Latinoware 2009, começamos também a correr atrás de potenciais patrocinadores. Isto há dois meses antes do início do evento. Mais uma vez, em casos assim, vamos atrás dos amigos. Algumas empresas já haviam acertado o seu patrocínio com a organização do evento, como a Caixa Econômica Federal e a Dataprev. A Locaweb, que já havia contribuído com seu patrocínio ainda arcou com as despesas de todos os palestrantes que trabalham na empresa, como o Fábio Akita, o Sandro Melo e o Roberto Yokota. Além disto, a Locaweb também montou um coding dojo dentro de seu estande no evento. Em um evento onde trabalhamos bastante a questão de qualidade para o software livre, metodologias ágeis e até tivemos como um de nossos keynotes o Frederick Brooks Jr, o coding dojo acabou sendo a cereja do pudim. Obrigado mesmo ao pessoal da Locaweb!

O Instituto Nokia de Tecnologia, INdT também nos deu um tremendo apoio ao nos auxiliar com recursos para trazer vários palestrantes internacionais para a trilha do KDE e outras ajudas. E a RedHat estendeu-nos seu chapéu de uma forma muito elegante. Eu havia contatado o Rodrigo Padula, gerente de relações com a comunidade da empresa, assim que assumimos o programa da Latinoware. Fui direto ao ponto de ser quase infame. Precisávamos de recursos e sabíamos que o tempo era curto. O Rodrigo pediu-me um tempo para ver o que conseguia fazer e alguns dias depois propôs que a RedHat assumisse a trilha relativa à comunidade Fedora, levando palestrantes, material para o estande e outras coisas. No fim, a comunidade Fedora esteve presente com 14 pessoas divididas em uma dezena de atividades na Latinoware. A RedHat abdicou de ter um estande no evento e, desta forma, usar mais recursos para beneficiar a comunidade.

Na crônica anterior eu já havia contado do apoio da Citrix e da CollabNet. Parece haver um padrão interessante aqui: empresas que têm como base de seus negócios softwares livres e de código aberto sabem o quanto é importante manter sua conexão com - e seu apoio a - comunidades. Sabe-se, há tempos, da importância desta relação no que diz respeito ao desenvolvimento e à inovação. Agora, cada vez mais, evidencia-se esta importância também no que diz respeito à modelos de negócios. Ainda há muito mais a ser debatido e explorado aqui.

Quem assistiu a palestra da Emily Salus, da CollabNet, pôde ter não só a apresentação de um modelo de negócios, baseado no Subversion (popular software para o controle de versão e configuração em software livre), como também participar de uma consultoria sobre a montagem de um modelo de sucesso aplicável a qualquer outro software livre. Seu pai, Peter Salus, e o "maddog" ainda deram uma canja de boas ideias. Aliás, o tema da palestra de encerramento feita pelo "maddog" foi justamente sobre propostas de modelos de negócios em software livre para a América Latina.

A introdução do mais novo livro do Peter, o "The Daemon, the Gnu and the penguin" termina com a seguinte frase: "Colonialismo, imperialismo, capitalismo. Todos têm por base a hierarquia autoritária. O código livre e aberto incorpora algo diferente. Não o socialismo ou o comunismo de fato. Talvez o cooperativismo?"

Pano pra manga...

Artigo produzido para o Dicas-L



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