4.1.6 Drupal

Como muitos projetos de software livre, o Drupal surgiu para resolver um problema específico de um grupo pequeno de pessoas, no caso estudantes da Universidade de Antuérpia, na Bélgica. No ano 2000, conexões de alta velocidade à Internet ainda eram um luxo, mas Hans Snijder possuía uma conexão ADSL em seu alojamento na universidade. Ele e seu colega Dries Buytaert decidiram ampliar este acesso para mais oito colegas, o que fizeram com facilidade. A questão é que ainda faltava uma simples ferramenta para que os estudantes compartilhassem informações entre si. Dries resolveu este problema criando um pequeno quadro de avisos, baseado na web, onde o grupo poderia colocar informações sobre materiais de aula, o estado da rede ou simplesmente onde iriam jantar.

O software apenas recebeu um nome quando Dries concluiu sua graduação e ele e seus colegas decidiram abrir o quadro de avisos para o mundo externo a fim de que, mesmo deixando a Universidade, todos pudessem manter contato. Assim, nasceu o drop.org que deveria chamar-se dorp.org, em função do nome dado em holandês – nacionalidade de Dries – para um pequeno vilarejo. Um erro de digitação fez com que dorp virasse drop. Em janeiro de 2001 Dries decidiu dar o nome de Drupal para o software que era a base do quadro de anúncios e lançá-lo sob uma licença livre, de forma a que outros o conhecessem e viessem a contribuir com ele. Logo o Drupal tornou-se um popular gestor de conteúdo web, com uma grande comunidade de colaboradores e uma série de conferências e seminários organizados em todo o mundo.

A forma como o Drupal foi concebido, desde o seu princípio, buscando aplicar os conceitos de padrões de projeto (Design Patterns), permitiu que o mesmo fosse facilmente estendido através de uma infinidade de módulos desenvolvidos e mantidos pela comunidade externa ao núcleo principal através de uma API bem documentada (Drupal API). Dentre os padrões explicitamente utilizados no Drupal estão os seguintes: Singleton, Decorator, Observer, Bridge, Chain of Responsibility e Command (GAMMA et. al. 1995).

A última versão estável do Drupal (6.10) conta com mais de 2.300 módulos desenvolvidos pela comunidade, além de mais de 260 temas. Os módulos ampliam a funcionalidade para a gestão de conteúdo web, ferramentas de comunicação e mesmo aplicações bastante complexas como sistemas de gestão de contatos e controle de chamados técnicos. Os temas permitem que um portal desenvolvido com o Drupal tenha muitas aparências diferentes para o seu usuário final.

A base de comunicação da comunidade do Drupal é o próprio Drupal, com seus fóruns de discussões, sistema de registro de problemas e boletins de notícias. Para o controle de versões e repositório de código fonte, o Drupal utiliza o CVS, mas um repositório Git foi também disponibilizado em janeiro de 2009. Ainda que seja difícil estimar o total de contribuidores para o Drupal, em maio de 2009 o número de indivíduos que escreveram alguma coisa no Drupal Handbook, a base de documentação do projeto, era de 1258.

Qualquer nova funcionalidade ou código incluído no núcleo do Drupal deve passar pela aprovação daqueles com acesso à manutenção do código fonte (core commiters). Hoje, uma pessoa é responsável por isso: Dries Buytaert. Ainda assim, Dries conta com o apoio dos mantenedores dos ramos estáveis e de desenvolvimento da versão atual, duas imediatamente anteriores e a versão futura. Há ainda 23 mantenedores responsáveis por módulos que são considerados parte integral do núcleo do Drupal e que estão junto ao pacote do sistema distribuído para a instalação. Todos estes mantenedores devem ser indicados por Dries, ou aprovados por ele após a manifestação individual do interessado ou recomendação de outros.



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